O quarto dia da 58ª edição do São Paulo Fashion Week trouxe mix de streetwear maximixado do estreante Dario Mittmann, que teve Xamã abrindo o desfile; além da moda praia sofisticada da Salinas, que voltou ao evento depois de seis anos, levando para a passarela os gêmeos João e Francisco, filhos de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, além do campeão brasileiro de surfe de ondas altas Gulherme Hilel.
O artesanato marcou presença em grifes como Heloisa Faria e Catarina Mina. Já a tecnologia veio na máscara usada por Xamã no desfile de Dario Mittmann, com um mecanismo que revelava o rosto e nos looks da Artemisi, incluindo um adereço motorizado que se movia e engana o olhar. A grife, aliás, foi a mais bombada, levando nomes como Pabllo Vittar, Jade Barbosa, Bianca Andrade, Lore Improta, Vanessa Lopes e o cantor Veigh desfilando.
Dario Mittmann
Uma moda de rua elevada à enésima potência marcou a estreia do estilista Dario Mittmann no SPFW. O cantor e ator Xamã (à esquerda) abriu o desfile com look inflado e todo estampado com estética anime, incluindo uma máscara que no começo escondia o rosto do artista. A coleção se chama DUPE: A Streetwear Parody e brinca com o conceito de cópias, populares na cultura jovem. Não faltou volume, jeans e trabalhos manuais, tudo maximizado.
Salinas
A Salinas voltou ao São Paulo Fashion Week após seis anos de ausência. Agora está sob o comando de Adriana Bozon, da InBrands, mesma da Ellus, trouxe o primeiro desfile de moda à essa edição do evento. Do amanhecer à noite, a marca mostrou que a moda praia vai além da areia, do mar e da piscina, apostando em jacquards de coqueiros em tons de por do sol, plumas e crochês.
Na vibe praiana, recortes pélvicos, deixando a alcinha do boquíni à mostra com calças de cintura baixa, cinto com o nome da marca escrito (à la o acessório trend da Chloé) e nomes como os gêmeos João e Francisco, filhos de de Fernanda Lima e Rodrigo, além do campeão de surfe Guilherme Hilel na passarela.
Heloisa Faria
A estilista Heloísa Faria apresentou na tarde desta quinta-feira (17) o desfile Revela Kimera, trabalhando com artesãs que habitam o interior de São Paulo, em cidades diferentes. A coleção é um patchwork de bordados, cerâmicas, flores feitas de palha de milho e crochê, que se reúnem para criar peças que, apesar de trazerem tendências recorrentes, também nos transportam para memórias de famílias.
As lingeries e camisolas saem do íntimo e se revelam em sobreposições com tecidos mais estruturados. Muitos desses tecidos, como as rendas, vem de acervos não usados.
Sobreposições de tecidos leves, ao lado de outros pesados, como jeans. Listras, xadrezes e cores como alaranjados, brancos, beges e azuis se misturam e podem conversar também com mini peças de cerâmica, que enfeitavam alguns looks, como o que abriu o desfile: um vestido de dorso justo, cintura baixa e saia ampla.
A coleção de Heloísa é resultado da parceria da estilista com o festival Revelando São Paulo, que mostra a cultura de São Paulo em várias áreas, incluindo culinária e artesanato.
Cria Costura
O programa Cria Costura desfilou looks criados por alunos do projeto que forja e qualifica talentos, provando que iniciativas assim dão certo. No filme inicial, via-se a criação coletiva da estampa, em traços e formas abstratas, com alguns desenhos figurativos.
Em tons de branco e laranja, os looks vinham ora bem amplos, ora mais secos, ora inflados, ora sobrepostos. Além dos tecidos planos de algodão, lamês e náilon também pontuaram as produções, que teve até uma noiva moderninha entre elas.
No final, cada aluno entrou ao lado de suas criações, sendo muito aplaudidos. O trabalho apresentado prova que iniciativas assim são bem-vindas e necessárias. O Cria Costura é liderado pelo Instituto Nacional de Moda Design e Economia Criativa (INMODE), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo (SMDET) e o São Paulo Fashion Week (SPFW).
Catarina Mina
“Herdeiras do Futuro” é o tema da delicada coleção apresentada por Catarina Mina, da estilista Celina Hissa, que estreou na edição passada enfatizando o trabalho das artesãs cearenses. Na apresentação desta quinta-feira, não foi diferente, mostrando crochê, renda de bilro e filé, além de macramês, misturados a alfaiataria leve e efêmera. O futuro do tema da coleção é pensado exatamente para que esse trabalho, sustentável ecológica e economicamente, seja passado de geração a geração.
As peças criadas por Celina e elaboradas por uma rede de mulheres artesãs vêm basicamente em vermelhos, azuis e dourados, além do off-white que confere ainda mais grandeza às blusas, saias, vestidos e túnicas, ora com franjas, ora sobrepostos.
Além da palha de carnaúba e bananeira nos acessórios, como brincos, bolsas e enfeites em algumas peças e nos chinelos Havaianas, a marca também incorporou a borracha amazônica, material sustentável, principalmente em franjas.
Artemisi
Mayari Jubini, criadora da Artemisi, é inquieta e não se contenta com pouco. Finalizou o quarta noite do SPFW em nível altíssimo, misturando tecnologia e feito à mão em sua coleção batizada de “Into the High”. Colocou até motor no look que fechou a apresentação, deixando a plateia de boca aberta. E nisso, inclui-se nomes como Jade Picon, Pablo Vittar, Bianca Rosa, Vanessa Lopes. O cantor Veigh fez sua estreia na passarela desfilando para a marca.
Explica-se: a diretora criativa da marca se inspirou no cinetismo, que aposta no movimento a partir da física como expressão, tirou as roupas do lugar-comum e criou formas tridimensionais, com volumes e aplicações de maxicristais. Tops moldados em resina, uma das marcas da estilista, estiveram lá também, ao lado capas, botas, franjas maximizadas, tachas, cristais, alfinetes aplicados.
Destaque para o look enfeitado com 70 mil cristais aplicados à mão, na jaqueta, calça e sapato, em degradê de brilho e cinza. E, claro, a roupa que finalizou a apresentação, com um adereço que se movia, já que vinha com motor e enganava o olhar quando as duas partes iam para lados contrários, dando a impressão de que era uma esfera.