O futebol brasileiro vive a expectativa de voltar a ter o melhor jogador do mundo nesta segunda-feira (28), quando Vinicius Jr. chega em Paris como principal favorito à Bola de Ouro, prêmio de prestígio entregue pela revista France Football ao grande nome da temporada passada.
Só que a honraria distribuída pelos franceses há décadas não é a única oferecida aos destaques do mundo da bola. Isso porque a Fifa também premia o melhor jogador do mundo com o The Best, entregue sempre nos meses de janeiro a homens e mulheres que se destacaram por seus clubes e seleções.
Em um dia que um brasileiro pode voltar ao topo do futebol mundial, vale entender quais as diferenças entre um prêmio e outro – que, inclusive, foram unificados por um período, entre 2010 e 2015, sob o nome de Fifa Ballon d’Or, antes da separação definitiva.
Afinal, como são escolhidos o Bola de Ouro e o The Best? Quem vota? O que mudou ao longo dos anos? O ESPN.com.br explica abaixo:
Bola de Ouro
É o prêmio mais antigo do futebol mundial direcionado apenas para destaques individuais. Foi criado pela France Football, que entrega o artefato aos melhores jogadores do planeta desde 1956. O primeiro agraciado foi o inglês Stanley Matthews, do Blackpool.
Por uma regra específica criada pela revista, a Bola de Ouro só premiava jogadores nascidos na Europa. Isso durou até 1994, o que impediu que craques fora do Velho Continente tivessem a chance até de disputar o posto.
Anos depois, em 2015, a própria France Football fez uma revisão de como seria o prêmio com a participação de jogadores de todos os continentes. Pelé levaria o troféu em sete oportunidades (1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1964 e 1970), enquanto Diego Maradona ganharia duas (1986 e 1990). Garrincha, Mário Kempes e Romário também foram lembrados uma vez cada.
O método de votação é tido por muitos como o mais completo e passa por diversas etapas. A primeira é a criação de uma lista prévia com 30 indicados por um corpo de jornalistas e especialistas da France Football.
Essa lista é submetida a 100 convidados dos países com melhor posição no ranking da Fifa, chamados para votar em quem merece o Bola de Ouro (entre as mulheres, o número cai para 50). Cada jurado seleciona dez jogadores, em ordem decrescente, que recebem 15, 12, 10, 8, 7, 5, 4, 3, 2 e 1 ponto, respectivamente, de acordo com a posição escolhida.
Aquele que tiver a pontuação mais alta fica com a Bola de Ouro. Em caso de empate, o critério da France Football é levar em conta quem foi mais votado em primeiro lugar.
Lionel Messi é o maior ganhador da Bola de Ouro, com oito conquistas (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2021 e 2023), sendo quatro no período em que o prêmio era unificado com a Fifa. Cristiano Ronaldo, com cinco nomeações (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017), está logo a seguir, acima de Johan Cruyff, Marco van Basten e Michel Platini, com três.
Entre os brasileiros, o único a ganhar mais de uma vez foi Ronaldo, o Fenômeno, em 1997 e 2002. Rivaldo (1999), Ronaldinho Gaúcho (2005) e Kaká (2007) completam o rol.
The Best
Um prêmio muito mais recente que a Bola de Ouro, mas que também carrega prestígio. Foi criado pela Fifa em 1991, com o nome de Melhor do Mundo, primeiro para jogadores homens, e dez anos depois passou a ser entregue também às mulheres.
Lothar Matthäus, meio-campista alemão, foi o primeiro agraciado com o troféu, que sempre leva em conta o ano calendário, e não necessariamente a temporada completa da Europa. A partir de 2016, mudou o nome para Fifa The Best, em uma premiação que não escolhe só o melhor e a melhor do mundo, mas também os principais goleiro(a), técnico(a) e time ideal.
A votação para escolher o melhor do mundo é mais ampla que a organizada pela France Football. A Fifa leva em consideração a opinião de quatro júris: capitães e técnicos das seleções nacionais, jornalistas de cada país filiado à entidade e também torcedores ao redor do mundo.
Os nomes que concorrem ao The Best são indicados pela Fifa, com a ajuda de um grupo de notáveis, que muitas vezes incluem ex-jogadores, e depois são submetidos à votação.
Cada um dos votantes deve escolher os três melhores do mundo, que ganham 5, 3 e 1 ponto, respectivamente de acordo com a posição no pódio. Aquele que tiver mais pontos, claro, é eleito o melhor jogador do planeta.
Se houver empate, o critério para a diferenciação é exatamente igual ao usado pela France Football: quem tiver mais indicações em primeiro lugar leva o prêmio para casa.
Messi também é quem ostenta o recorde de prêmios da Fifa, com oito (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2022 e 2023), novamente seguido por Cristiano Ronaldo, com cinco (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017). Aqui, o melhor brasileiro também é Ronaldo, mas com três (1996, 1997 e 2002). Ronaldinho Gaúcho levou duas para casa, em 2004 e 2005, enquanto Romário (1994), Rivaldo (1999) e Kaká (2007) ficam com uma.