Assessor especial da Presidência disse que a entrada de países é bem-vinda, desde que sejam estratégicos para ‘um mundo multipolar e mais pacífico’. O assessor especial Celso Amorim (à dir.) se reuniu com o presidente Lula e o ministro Alexandre Padilha nesta segunda-feira (21)
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O assessor especial da Presidência da República e ex-chanceler, Celso Amorim, disse que não defende a entrada da Venezuela no Brics, apesar de o Brasil considerar que a entrada de países “estratégicos” pode ser importante para o bloco.
Durante a reunião que acontece nesta semana em Kazan, na Rússia, o Brics vai discutir a criação de uma categoria de países parceiros.
Entre os cerca de 30 países que desejam ingressar no novo grupo estão Venezuela, Nicarágua, Bolívia, Cuba, Turquia, Nigéria, Marrocos e Argélia.
Segundo o blog da Daniela Lima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao seu time de articulação internacional que o Brasil deverá se posicionar contra o ingresso da Venezuela no Brics.
Questionado sobre um possível veto à entrada da Venezuela, Celso Amorim disse que o Brasil quer que o Brics seja “um grupo com peso para formar um mundo mais multipolar e mais pacífico”.
Para ele, “a entrada de certos países, como a Turquia, por exemplo, que está próxima a conflitos no Oriente Médio e pode ser um ator importante na busca pela paz, certamente contribui para isso.”
Amorim completou dizendo que “a entrada de outros países contribui menos”. O ex-chanceler, porém, não especificou se, neste momento específico, ao contrário de antes, falava sobre a Venezuela.
Fontes da diplomacia foram na mesma linha e destacaram que as discussões, neste momento, ainda caminham no sentido de observar quais países cumprem critérios para o que o Brics busca.
No caso da entrada da Nicarágua, Celso Amorim teve uma resposta mais enfática. De forma direta, declarou que o Brasil não considera a entrada.
Em agosto, as relações entre o Brasil e a Nicarágua foram afetadas, após o governo nicaraguense decidir expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa, como retaliação à ausência do Brasil nas celebrações dos 45 anos da Revolução Sandinista.
Aplicando o princípio da reciprocidade na diplomacia, o governo brasileiro mandou embora a embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Matu.
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