Os americanos decidem, nesta terça-feira (5), se Kamala Harris será a primeira mulher a presidir os Estados Unidos ou se Donald Trump retornará à Casa Branca
A vice-presidente Kamala Harris pediu aos americanos que “saiam para votar” nas eleições presidenciais, especialmente nos sete Estados-chave, em uma entrevista de rádio nesta terça-feira (5), dia das eleições mais acirradas dos Estados Unidos em décadas. “Temos que fazer isso. Hoje é dia de votação e as pessoas têm que sair e ser ativas”, disse a candidata democrata no Big Tigger Morning Show, da emissora WVEE-FM de Atlanta, sobre uma eleição muito acirrada que ela disputa com o ex-presidente republicano Donald Trump.
Já Donald Trump declarou que se sente “muito confiante” em reconquistar a Casa Branca, nesta terça-feira (5), após votar na Flórida. “Estou muito confiante”, disse Trump a repórteres em um local de voto em West Palm Beach, acrescentando que acredita que “fez uma ótima campanha” contra sua rival democrata Kamala Harris. As pesquisas de opinião mostram que a corrida está empatada.
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O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que está disposto a reconhecer sua derrota “se as eleições forem justas”. “Se eu perder uma eleição, se as eleições forem justas, eu seria o primeiro a reconhecer isso. Até agora penso que têm sido justas”, declarou Trump à imprensa após votar na Flórida. Antes divulgou um vídeo de um minuto com imagens de uma bandeira americana destruída, migrantes cruzando a fronteira e criminosos armados em contraste com outros de mineradores ou policiais.
Disputa acirrada
Os americanos decidem, nesta terça-feira (5), se Kamala Harris será a primeira mulher a presidir os Estados Unidos ou se Donald Trump retornará à Casa Branca, em um cenário de grande incerteza que deixa o mundo em suspense. A disputa acirrada entre a vice-presidente democrata e o ex-presidente republicano está perto do fim, mas não é possível saber se o resultado será conhecido em algumas horas ou dias.
Mais de 82 milhões de eleitores já votaram antecipadamente e as filas se espalham nas seções eleitorais abertas neste país, com vários fusos horários. Não há favorito. As pesquisas apontam um empate nos sete estados que definirão o vencedor: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina da Norte, Geórgia, Arizona e Nevada. Os demais estados geralmente se dividem entre os tradicionalmente democratas ou republicanos.
Qual seja o vencedor, o resultado será histórico. Ele conquistaria um segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893, e ela, negra e de ascendência do Sul da Ásia, se tornaria a primeira mulher no cargo mais importante da nação.
A democrata e o republicano destacaram suas diferenças até os últimos minutos de campanha. Harris, de pai jamaicano e mãe indiana, pediu que se “virasse a página” do “medo e da divisão”. Com um programa eleitoral vago, mas centrista para tentar convencer os republicanos moderados, Kamala propõe ações firmes contra a imigração ilegal, avanços para a classe média e a defesa do direito ao aborto.
Trump, candidato à Casa Branca pela terceira vez, prometeu em Michigan “consertar todos os problemas” e levar os Estados Unidos e “o mundo a novos patamares de glória”, uma “era de ouro”.
O mundo observa
Comício após comício, ele repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema, próximo do povo e crítico ferrenho da elite de Washington. O mesmo discurso de sempre: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, “envenenam o sangue” do país.
Trump já chamou os migrantes de “terroristas”, “estupradores”, “selvagens” e “animais” que saíram de “prisões e manicômios”. Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano, de 78 anos, pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela violência verbal.
Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de “lunática radical da esquerda”, “incompetente”, “idiota” e pessoa com um “coeficiente intelectual baixo”, entre outras ofensas.
Ela respondeu chamando o adversário de “fascista”. Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma “ilha flutuante de lixo” ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em reação, chamou os eleitores do candidato republicano de “lixo”.
O mundo observa com ansiedade. O resultado terá fortes consequências nos conflitos no Oriente Médio, na guerra na Ucrânia e para a luta contra o aquecimento global, que Trump considera uma falácia. Com relação ao comércio, o magnata tem uma arma, as tarifas, para “trazer de volta” as empresas. E dois alvos imediatos: México e China.
O primeiro pelo “ataque” de “criminosos” e “drogas” e o segundo, segundo ele, por enviar fentanil através do país latino-americano. A noite eleitoral promete ser longa. Para ser eleito presidente dos Estados Unidos não basta receber mais votos que o rival. É preciso alcançar o número mágico de 270 votos no colégio eleitoral, integrado por 538 delegados que teoricamente devem respeitar a vontade do povo.
Incógnita
O que acontecerá a seguir é uma incógnita. Os dois lados iniciaram dezenas de ações legais. Alguns centros de votação foram transformados em fortalezas, vigiados por drones e com atiradores de elite nos telhados. O FBI alertou que circulam vídeos falsos que põem em dúvida a integridade do processo eleitoral.
Em Washington DC, a capital federal, barreiras de metal cercam a Casa Branca e o Capitólio e muitos estabelecimentos comerciais protegeram suas vitrines com tábuas de madeira. As imagens de 6 de janeiro de 2021, quando simpatizantes de Trump atacaram a sede do Congresso americano, continuam na mente de todos. Nada indica uma repetição do cenário, mas o republicano já acusa os democratas de “trapacear”.
*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira