Quase 50% dos eleitores já haviam votado de forma antecipada. Trump fez suposta denúncia de “trapaça” e foi desmentido, e Kamala Harris bateu na porta de eleitores.
Com todas as urnas fechadas, o processo de apuração dos votos para presidente dos EUA entra no segundo dia. Nenhum dos estados-chave, cujo resultado pode definir a eleição, tem um vencedor claramente definido.
Projeções da Associated Press apontam a vitória de Donald Trump em Arkansas, Indiana, Kentucky, Virgínia Ocidental, Mississippi, Alabama, Oklahoma, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Dakota do Norte, Wyoming, Louisiana, Ohio, Texas e Flórida. O republicano também levou dois dos cinco votos do Nebraska.
Enquanto isso, Kamala Harris tem a vitória apontada em Connecticut, Delaware, Illinois, Massachusetts, Maryland, Nova Jersey, Nova York, Rhode Island e Vermont.
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Votação calma
Após uma campanha turbulenta e com ineditismos, o dia da eleição ocorreu sem grandes imprevistos.
Embora o dia oficial de votação tenha sido nesta terça, cerca de 78 milhões de um total de aproximadamente 160 milhões de eleitores já haviam votado de forma antecipada através dos correios ou locais específicos de votação — o que é permitido nos EUA. O alto número de eleitores que se anteciparam tornou a votação desta terça mais tranquila.
Pelo país, houve alguns relatos dispersos de atrasos na abertura de locais de votação por conta de condições climáticas, além de erros de impressão de cédulas e problemas técnicos, de acordo com o um balanço da agência de notícias norte-americana Associated Press. Algumas falsas denúncias de bomba em locais de votação adiaram o fechamento de algumas urnas.
O candidato presidencial republicano e ex-presidente Donald Trump caminha ao lado da ex-primeira-dama Melania Trump após registrar seu voto no Centro Recreativo Morton and Barbara Mandel, em Palm Beach, Flórida (5/11)
Evan Vucci/AP
O republicano Donald Trump votou nesta terça-feira na Flórida e afirmou que não contestará o resultado “se a eleição for justa”. Mais cedo, no entanto, publicou em suas redes sociais um vídeo de sua campanha com notícias falsas e boatos sobre uma suposta “fraude massiva” em urnas da Filadélfia.
No início da noite, o procurador-geral da cidade contestou os rumores.
Kamala Harris, que já havia votado de forma antecipada, deu uma série de entrevistas a rádios e até bateu na porta de eleitores na Pensilvânia, um dos principais estados-chave.
Eleitores votam para presidente nas eleições dos EUA
Campanha turbulenta
Kamala Harris e Donald Trump durante a campanha eleitoral
Reuters/Evelyn Hockstein/Octavio Jones
Um tiro na orelha, uma desistência, uma condenação, outra tentativa de assassinato, um empate histórico.
Os norte-americanos foram às urnas nesta terça-feira (5) diante de uma das campanhas mais singulares da história recente dos Estados Unidos.
O resultado também será inédito: dele, sairá a primeira presidente mulher dos EUA ou o primeiro presidente condenado pela Justiça do país.
Frente a frente estão Kamala Harris, uma ex-procuradora-geral que é a atual vice-presidente do país e reinjetou ânimo entre o eleitorado democrata ao assumir o lugar de Joe Biden na briga pelo comando da Casa Branca, gerando um clima de euforia que foi comparado ao causado por Barack Obama em 2008.
E Donald Trump, o ex-magnata do mercado imobiliário de luxo e ex-presidente dos EUA que tenta voltar ao posto após conseguir mobilizar e reorganizar seu eleitorado mesmo depois de virar réu em quatro processos e ser condenado em um deles.
As pesquisas de intenção de votos apresentaram ao longo da campanha o cenário mais apertado já registrado, o que fará com que a eleição provavelmente seja definida por uma margem muito estreita de votos.
Por isso, todos os focos desta terça e dos próximos dias estarão nos chamados estados-chave, nos quais não há uma tradição de preferência por um ou outro partido e onde o resultado varia de acordo com a eleição.
O complexo sistema de contagem de votos da eleição norte-americana favorece quem levar a melhor nesses estados. Os estados são representados por delegados, que refletem a vontade das urnas e definirão o resultado final.
Governo dos EUA anuncia política mais restritiva para imigração
Guerras
E quem vencer a eleição terá de guardar fôlego para o que a nova gestão da Casa Branca espera: além de um cenário interno turbulento por conta do aumento do custo de vida, a questão imigratória e o crescimento da violência e a explosão da população de rua em grandes e médios centros urbanos em todo o país, os Estados Unidos estão profundamente envolvidos nas grandes crises que marcaram a geopolítica mundial de 2024.
Washington tem participação indireta nas duas guerras atuais: a de Israel contra o Hamas e o Hezbollah e a da Rússia na Ucrânia. O governo norte-americano envia regularmente pacotes de ajuda militar aos exércitos israelense e ucraniano.
Mas enfrenta os obstáculos da opinião pública interna e externa cada vez mais contrária às ações de Israel no Oriente Médio, com o adicional do Irã, rival dos EUA, entrando na guerra. Sem falar no gargalo que se tornou o apoio financeiro a Kiev em um conflito que se encaminha para seu quarto ano sem perspectiva de um fim próximo.
O presidente russo, Vladimir Putin, não declarou preferência por um candidato ou outro, mas sabe que seu futuro depende mais dos eleitores norte-americanos do que dos russos. Durante a campanha dos EUA, disse, brincando, que apoiaria Kamala Harris, mas afirmou ter boa relação com Donald Trump, o que alimentou temores de que Trump ensaie uma reaproximação com regimes autocratas e ditadores.
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