O Hospital Municipal de Novo Hamburgo confirmou ao Metrópoles que orgãos do policial militar Rodrigo Weber Volz, 31 anos, serão doados para quatro pessoas. Ele é uma das vítimas de Edson Fernando Crippa, de 45 anos, que, nessa quarta-feira (23/10), surtou e matou o pai, Eugênio Crippa, de 74; o irmão, Everton Crippa, de 49; e o também policial Everton Kirsch Júnior, de 31, enterrado nessa quarta-feira (24).
Edson sofria de esquizofrenia e era colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), sem antecedentes criminais. Também tinha licença Sigma do Exército, com quatro armas registradas em seu nome, segundo o Sistema de Consultas Integradas. A matança aconteceu em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Os órgãos de Rodrigo foram transferidos de Novo Hamburgo para Porto Alegre por meio da escolta da Brigada Militar. A unidade de saúde não informou quais foram os órgãos doados, a pedido da família da vítima.
Os quatro receptores foram definidos. Os órgãos serão encaminhadas aos hospitais em que os pacientes estão para que os transplantes sejam feitos. Como os transplantes de órgãos no Brasil são definidos por meio do cadastro nacional, os beneficiários podem ser de qualquer estado.
O policial Rodrigo estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Novo Hamburgo desde quarta-feira (23/10), mas não resistiu aos ferimentos.
“Heróis brigadianos”
O tiroteio, considerado o maior da história da cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, deixou, até o momento, cinco mortos — incluindo o próprio atirador — e oito pessoas feridas.
O hospital informou ao Metrópoles que o policial João Paulo Farias, 26 anos, encontra-se na UTI, mas reage ao tratamento, com um quadro é estável de melhora clínica.
Em nota de pesar, a Brigada Militar informou que é “com grande tristeza que a Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul reforça seu luto em razão do falecimento do soldado Rodrigo Weber Volz, morto em combate ao lado de seu companheiro de farda, soldado Kirsch. O soldado Rodrigo Volz tinha 31 anos, ingressou na Brigada Militar em 2016 e pertencia ao 3º Batalhão de Polícia Militar, em Novo Hamburgo. Deixa esposa”.
“O militar, assim como seu colega de farda, foi vitimado durante o cumprimento do dever, dedicando a própria vida pela segurança do povo gaúcho. Os atos fúnebres serão informados posteriormente. A instituição reforça seu comprometimento para com a família, os amigos e os colegas de farda dos nossos heróis brigadianos”, escreveu a Brigada.
Veja a lista de feridos:
- Cleris Crippa, 70 anos, mãe do atirador: apresenta estado grave após ser baleada três vezes
- Priscilla Martins, 41 anos, cunhada: apresenta estado grave após ser baleada uma vezes
- João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, PM: está em cirurgia após ser baleado uma vez
- Joseane Muller, 38 anos, PM: apresenta estado estável após ser baleada uma vez
- Eduardo de Brida Geiger, 32 anos, PM: foi liberado do hospital após ser baleado de raspão
- Leonardo Valadão Alves, 26 anos, PM: foi liberado do hospital após ser baleado de raspão
- Felipe Costa Santos Rocha, PM: foi liberado após ser baleado de raspão
- Volmir de Souza: ainda aguarda cirurgia após ser baleado uma vez
Atirador morto
O motorista de caminhão Edson Crippa tinha histórico de esquizofrenia e havia sido internado quatro vezes, segundo o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
Edson Fernando Crippa, de 45 anos, tinha quatro armas registradas no nome dele, segundo o Sistema de Consultas Integradas.
O armamento era composto por:
— 1 pistola Taurus PT111G2 calibre 9 mm
— 1 rifle calibre 22
— 1 espingarda calibre 12
— 1 pistola .380.