O atacante Erling Haaland, de 24 anos, é um dos maiores astros do mundo, marcando um gol atrás do outro e superando seus limites a cada temporada. O Sparta Praga verá de perto todas as suas qualidades ao enfrentar o Manchester City, na Liga dos Campeões, nesta quarta-feira (23). Como parar o fenômeno norueguês? Alf-Ingve Berntsen, primeiro técnico de Haaland, lembra de suas qualidades e dos atributos que fizeram a diferença para o jogador chegar tão longe.
Ele começou sua ilustre carreira no Bryn. Em uma cidade norueguesa comum, dificilmente se imaginaria que é o local de nascimento de um dos melhores atacantes dos últimos anos.
“Erling não conheceu nada além do nosso clube quando estava crescendo, mas acho que a forma como trabalhávamos era muito adequada para ele”, lembra Berntsen sobre os primeiros dias de Haaland no podcast Livesport Daily.
“Para outro garoto, talvez fosse melhor estar na base de um grande clube. Algumas pessoas se desenvolvem muito bem nesse tipo de ambiente, mas, para outras, é mais confortável estar em um clube menor.
Erling cresceu em seu ambiente natural, é claro que nosso clube não tinha uma grande estrutura. Mas isso foi bom para ele, que pôde se desenvolver e desfrutar do futebol. Para nós, estava claro que os grandes clubes acabariam se interessando por ele”, acrescenta.
Antes que isso acontecesse, Haaland passou por uma educação local. Ninguém o forçou a nada, mas ele ainda trabalhava duro e entendeu desde cedo o que era o futebol de alto nível. A preparação, a dieta, o respeito pelos colegas e pelos adversários, mas também as doses extras de treinamento o favoreceram. “Ele é muito talentoso, mas também treinou muito”, confirma Berntsen.
Às vezes, até demais. O amor pelo futebol simplesmente não conseguia parar a emoção do filho do ex-jogador Alf-Inge. “É preciso forçar jogadores como ele a descansar, a ter algumas horas de folga e a relaxar. Isso é normal com os melhores atletas.
“Eles querem se divertir com o futebol, estar com a bola a todo momento e treinar. É uma paixão enorme. Cabe aos técnicos frear este impulso”, explica Berntsen.
Ambiente favorável
Há muitos jovens jogadores talentosos mas, além de sua própria capacidade, eles precisam do clube e do treinamento para se adaptarem. “Nós jogamos com impedimento desde o início. Isso foi para ensiná-lo a se movimentar. A ideia era mostrar situações mais próximas possíveis do nível profissional”, aponta o técnico norueguês.
Além dos genes do futebol, dos atributos físicos e do talento, o ambiente em que Haaland cresceu o ajudou em seu caminho para o sucesso. “Vivemos em uma área, no sul da Noruega, onde há ar puro e fresco. Não há muita poluição. É uma área agrícola, portanto, temos muitos alimentos orgânicos de boa qualidade como peixe, carne e vegetais”, diz Berntsen, descrevendo os fatores aparentemente imperceptíveis que compõem o grande quebra-cabeça.
Rompendo fronteiras
De Bryne, Haaland foi para Molde, onde deixou sua marca no futebol profissional e consolidou seu status como um dos maiores talentos da Europa. Isso foi notado em Salzburg e depois em Dortmund, antes de finalmente conseguir se transferir para Manchester.
“Toda a família Haaland tomou uma decisão muito boa na época. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo e pensaram muito nisso. Por exemplo, eles estavam muito interessados em saber como eram as instalações de treinamento de cada clube. Eles estavam procurando onde Erling teria tempo suficiente para jogar e onde as condições eram boas.”
Plano para parar Haaland
Nas ligas austríaca, alemã e inglesa, Haaland teve desempenhos que atacam regularmente a média de um gol por jogo. “Ele sempre marcou gols, em todas as faixas etárias. Estava claro que isso continuaria”, acredita Berntsen.
Então, como o Sparta vai lidar com ele na quarta-feira? “Tentar impedi-lo é o que mais posso aconselhar”, sorri
“Mas acho que os jogadores do Sparta são bons o suficiente para saber disso. Não vou dar conselhos, tenho certeza de que o Sparta tem um plano.
“De qualquer forma, uma coisa que precisa ser feita é impedir que os outros passem a bola para ele. Quando ele tem a bola, é difícil pará-lo, então a melhor ideia é não deixar a bola chegar nele”, conclui o técnico.