Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (4), mas praticamente não falou sobre futebol. O italiano concentrou suas respostas a respeito da maior tempestade do século XXI na Espanha, que afetou principalmente a região de Valência, deixando até o momento 217 mortos.
“Faz uma semana desta tragédia, estamos tristes. Essa é a emoção que temos, estamos muito próximos de todos os povos que foram afetados. Tomara que isso possa ser resolvido rápido. Espero também que possam compreender que falar de futebol é muito complicado”, iniciou o técnico.
“Nós somos parte deste país e tudo nos afeta muito. Por respeito a todos, tentarei fazer sentido por que não tenho vontade de falar de futebol”.
Durante a entrevista, o profissional ressaltou que o futebol “é a coisa mais importante dentre as menos importantes” e que o esporte deveria ter sido paralisado no país. É válido destacar que o Real Madrid não entrou em campo nesta rodada de LALIGA, uma vez que enfrentaria justamente o Valencia, em confronto que foi adiado.
“Há muitas maneiras de ajudar, acho que isto é diferente. O futebol teve que parar e então o futebol pode e deve ajudar. O que eu acho é que futebol é festa, mas você pode fazer isso quando está bem. Se sua família está bem então você faz festa. Mas quando as pessoas não estão bem não há necessidade de festa”.
“Futebol tem que parar porque o futebol é a coisa mais importante… das menos importantes da vida”, disse o italiano. “Todo mundo foi claro. Ninguém queria jogar. Me parecia a decisão correta. Mas não somos nós que mandamos. Os que estão acima é quem tomam as decisões”.
Durante a coletiva, Ancelotti foi questionado a respeito de Vinícius Jr. ter perdido a Bola de Ouro para Rodri. Mas, novamente, o italiano colocou a tragédia na Espanha em primeiro plano.
“Vinícius está triste como nós, mas não pela Bola de Ouro e sim pelo o que aconteceu em Valencia. Foi uma semana difícil por que o ambiente não é normal, mas nada tem a ver com a Bola de Ouro. A tristeza e o ambiente distinto é pelo o que está acontecendo na Espanha.
O italiano colocou até mesmo a partida desta terça-feira (5), contra o Milan, pela Uefa Champions League, em “segundo plano” por conta do ocorrido no país.
“O sentimento é o de falar o mínimo possível sobre futebol. Como disse, é a nossa profissão. Teremos uma partida importante, especial, contra o Milan, mas fica em segundo plano”, finalizou.
