Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

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Fenômeno, que se formou no fim de semana, deve tocar o solo na Flórida na quarta-feira (9). Nesta terça, o furacão passou pelo norte do México e desceu para a categoria 4, mas segue com alto potencial de destruição. Menino caminha diante de inscrição ‘Vá embora, Milton’, em referência ao furacão Milton, em Port Richey, na Flórida, nos EUA, em 7 de outubro de 2024.
Mike Carlson/ AP
Em um período de pouco mais de quatro horas na segunda-feira (7), o furacão Milton, que se aproxima da Flórida, nos EUA, ganhou uma força “explosiva” , como classificou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos(NHC, na sigla em inglês): subiu da categoria 2 para a 5, a máxima na escala de intensidade de furacões.
O salto assustou especialistas e, segundo o presidente dos Estados Unidos, pode ser “um dos piores dos últimos cem anos na Flórida”.
Nesta terça-feira (8), o Milton perdeu um pouco da força e desceu para a categoria 4, mas, ainda de acordo com o NHC, segue com “alto potencial destrutivo”. O fenômeno deve tocar o solo na Flórida na quarta-feira, menos de duas semanas após o furacão Helene ter inundado a costa do estado, causando destruição e mortes.
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O governo local prepara a maior evacuação no estado nos últimos oito anos — desde o furacão Irma, em 2017 e fechou todos os portos nesta terça-feira. O presidente dos EUA, Joe Biden, cancelou a viagem que faria à Ásia para acompanhar a passagem do furacão pelo país.
O Milton, que se formou no Golfo do México, ainda não tocou o solo em nenhum país. Nesta manhã, ele passou perto península de Yucatán, no norte do México, onde grandes ondas e ventos fortes são previstos.
O furacão Milton deve atingir área metropolitana de Tampa, densamente populosa — a população é de mais de 3,3 milhões de pessoas — com um potencial impacto direto e ameaçando a mesma faixa de costa que foi devastada por Helene.
Parte da população de Tampa já começou a evacuar a cidade. Longos trechos de trânsito foram registrados nesta segunda na Interstate 75, rodovia que vai para o norte do estado. Equipes de resgate também apressaram os trabalhos para limpar os destroços deixados por Helene.
Veja abaixo o que se sabe sobre o furacão Milton:
Quando Milton tocará o solo nos EUA?
Onde está o furacão agora?
Por que o furacão Milton se intensificou tão rapidamente?
Evacuação de Tampa
Quão graves são os danos esperados?
Qual foi o último furacão que atingiu Tampa?
Como o México está se preparando?
Quando Milton tocará o solo nos EUA?
Furacão Milton se aproxima da Flórida e força retirada de mais de um milhão de pessoas
De acordo com o rastreador de furacões ao vivo do Centro Nacional de Furacões dos EUA, Milton tocará o solo na costa oeste da Flórida na quarta-feira (9). Espera-se que enfraqueça ligeiramente para uma tempestade de Categoria 3 quando atingir a costa na região da Baía de Tampa, que não sofreu um impacto direto de um furacão em mais de um século.
Ele pode manter a força de furacão enquanto avança pelo centro da Flórida em direção ao Oceano Atlântico. Isso pouparia em grande parte outros estados devastados por Helene, que matou pelo menos 230 pessoas em seu caminho da Flórida até as Carolinas.
Onde está o furacão agora?
Pesquisadores voam no olho do furacão Milton, de categoria 5
Milton se intensificou rapidamente na segunda-feira sobre o Golfo do México oriental. Em menos de 24 horas, foi de uma tempestade tropical para um furacão de categoria 5, a terceira mais rápida em intensificação já registrada no Oceano Atlântico, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse em uma coletiva de imprensa na segunda-feira à tarde que o furacão já é muito mais forte do que o previsto há dois dias.
Com ventos máximos sustentados de até 285 km/h, o Centro Nacional de Furacões informou que o centro da tempestade estava a cerca de 1.085 quilômetros ao sudoeste de Tampa no final da tarde.
A área da Baía de Tampa ainda está se recuperando de Helene e sua poderosa ressaca.
Por que o furacão Milton se intensificou tão rapidamente?
Casa reforçada com madeira em Port Richey, na Flórida, para a chegada do furacão Milton em 7 de outubro de 2024. Na maneira, está escrito “vá embora, Milton”.
AP Photo/Mike Carlson
O furacão Milton teve um crescimento de velocidade recorde para a época, pulando em poucas horas da categoria 2 para 5, a máxima na escala. A velocidade do vento de Milton aumentou 148 km/h em 24 horas — um ritmo que só é superado pelos furacões Wilma em 2005 e Felix em 2007.
O salto de categorias em um período tão curto é extremamente raro e assustou os meteorologistas, que previam inicialmente que o fenômeno chegasse à categoria 3.
Um dos motivos para Milton ter se fortalecido tão rápido é o seu pequeno olho do furacão, considerado um “olho de alfinete”, semelhante ao de Wilma, disse o pesquisador de furacões da Universidade Estadual do Colorado, Phil Klotzbach.
O furacão provavelmente passará por um ciclo de substituição da parede do olho, um processo natural que forma um novo olho e aumenta o tamanho da tempestade, mas enfraquece a velocidade dos ventos, explicou Klotzbach.
O Golfo do México está excepcionalmente quente no momento, então “o combustível está lá”, e Milton provavelmente passou por uma área de calor extra que o intensificou ainda mais, disse a cientista de furacões da Universidade de Albany, Kristen Corbosiero.
O último furacão a atingir a categoria 5 ao tocar o solo nos EUA continentais foi o Michael em 2018.
Evacuação de Tampa
Carros fazem fila em posto de gasolina em Altamonte Springs, na Flórida, em 7 de outubro de 2024 em meio a preparo de moradores para a chegada do furacão Milton na região.
Joe Burbank/Orlando Sentinel via AP
O rápido crescimento do furacão Milton deve gerar a maior evacuação de moradores dos últimos oito anos nos Estados Unidos.
Autoridades da Flórida começaram a emitir ordens de evacuação nesta segunda para moradores de seis condados ao redor da Baía de Tampa, que abriga quase 4 milhões de pessoas.
Longas filas se formaram nos postos de gasolina de Tampa e longos trechos de trânsito foram registrados nesta segunda na Interstate 75, rodovia que vai para o norte do estado, enquanto os evacuados fugiam antes da chegada de Milton.
Por conta do rápido crescimento do Milton, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta segunda estado de emergência em toda a Flórida.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, aumentou para 51 o número de condados em estado de emergência.
A NHC disse que o furacão Milton é um fenômeno que representa um risco à vida e aconselhou aos moradores a seguirem as recomendações dadas por autoridades locais.
O governo dos EUA pediu para que todos os que estejam no caminho do furacão Milton se preparem desde já e ouçam orientações de autoridades federais, estaduais e locais, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, nesta segunda. A vice-presidente Kamala Harris pediu que as pessoas respeitem as ordens de evacuação emitidas por autoridades.
O Aeroporto Internacional de Tampa disse que interromperá os voos às 9h de terça-feira (8), 10h no horário de Brasília. O aeroporto disse nas redes sociais que o local não é um abrigo para pessoas ou seus carros.
O Aeroporto Internacional de St. Pete-Clearwater, em Clearwater, cidade conurbada com Tampa, disse que está em uma zona de evacuação obrigatória e fechará após o último voo sair na terça-feira.
Quão graves são os danos esperados?
Barcos destruídos pelo furacão Helene e ainda onde foram deixados pela passagem do fenômeno na Flórida em 7 de outubro de 2024, horas antes da possível chegada do furacão Milton.
AP Photo/Chris O’Meara
Toda a costa do Golfo da Flórida é especialmente vulnerável à ressaca.
O furacão Helene atingiu a costa a cerca de 240 km de Tampa, na Península da Flórida, e ainda assim conseguiu causar mortes por afogamento na área de Tampa devido a ressacas de cerca de 1,5 a 2,5 metros acima dos níveis normais das marés.
Os meteorologistas alertaram para uma possível ressaca de 2,4 a 3,6 metros na Baía de Tampa. Esse é o maior valor já previsto para a região e quase o dobro dos níveis alcançados duas semanas atrás durante Helene, disse a porta-voz do Centro Nacional de Furacões, Maria Torres.
A tempestade também pode causar inundação generalizada. Treze a 25 centímetros de chuva foram previstas para a Flórida continental e os Keys, com até 38 centímetros esperadas em alguns lugares.
Apesar do curto período entre um furacão e outro, o chefe da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, disse que as autoridades federais estão “absolutamente preparadas” para enfrentar a nova tempestade.
Qual foi o último furacão que atingiu Tampa?
Quase inexplicavelmente, as tempestades parecem desviar de Tampa, com a maioria dos fenômenos que surgem no Golfo do México passando bem ao norte da cidade. A última vez que a área de Tampa foi atingida pelo olho de um grande furacão foi em 25 de outubro de 1921. O furacão não tinha nome oficial, mas é conhecido localmente como a tempestade de Tarpon Springs, pela cidade costeira onde tocou terra.
A maré de tempestade desse furacão, estimado como Categoria 3 com ventos de até 207 km/h, foi registrada em 3,3 metros. Pelo menos oito pessoas morreram, e os danos foram estimados em US$ 5 milhões (cerca de R$27,5 milhões) na época.
Hoje em dia, a área turística de Tampa, conhecida por suas praias de areia branca, cresceu significativamente, com uma economia estimada em quase US$ 200 bilhões. O furacão Milton ameaça varrer todo esse desenvolvimento.
Como o México está se preparando?
As autoridades mexicanas estão organizando ônibus para evacuar pessoas da cidade costeira de Progreso, de baixa altitude, na península de Yucatán, após o Serviço Meteorológico Nacional do México informar que o furacão Milton “pode atingir entre Celestun e Progreso” na segunda-feira à noite ou na terça-feira.
Celestun, no canto ocidental da península, é uma reserva natural de baixa altitude que abriga dezenas de milhares de flamingos. Progreso, a leste, é um porto de embarque e cruzeiros com uma população de cerca de 40.000 pessoas.
Moradores de Kissimmee, na Flórida, enchem sacos de areia para proteção contra a tempestade Milton, que virou furacão
Gregg Newton/AFP



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